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quinta-feira, 27 de setembro de 2007

“Raios...”


Trovões de influência mediática incutida e recepcionada como entretenimento, sem sentido de que direcção se faz guiar e não se guia, factores de impotência imponderada e ofensiva, de desintegração pela totalidade perdida por vias em que a oportunidade se lhes fez chegar, o que ela nos faz à nossa capacidade de a integrar, de ver sem a olhar, de ouvir sem cheirar, de sentir sem materializar, virtualidades imundas de ditos dignos prazeres em escalas de moral apegadas ao ascendente padrão global, essa, e também a outra, aquela que nos faz fundamentar elaboradas teorias sobre uma realidade que no fundo e no topo não passa de uma desconhecida…
A probabilidade de um raio atingir um animal qualquer, é baixa, muito baixa, mas ninguém sabe bem quanto ao certo, mais certo é saber-se que já algum raio algum animal atingiu (?).
O mais e melhor, é (isso) ser normal, isto é, o mais frequente pela curva de Gauss… O que significa pelo menos exactamente isso, que o mais normal pode significar também o mais aberrante se dessa perspectiva se puder e quiser olhar (!).
Digo, apologismos contrários à possibilidade mais adequada à nossa pequena realidade humana, ou seja, apregoo a hipótese de trabalharmos no sentido de aumentarmos a nossa capacidade de (re)conhecimento consciente face ao desconhecimento natural de nós e do mundo externo… Não! Digo isso nesse sentido, mas num contexto que não engloba essa natural (in)capacidade! Basicamente, obscuridade sempre que não há um raio de luz que nos permita um visualização metafórica das cores que a realidade externa nos apresenta…
Essa que vem de fora, que não deixa (depois) de fazer parte da nossa interna…
Raisparta… novesforanada… É (ou em principio poderá ser?) bem mais fácil aceitar e lidar com uma informação errada do que viver a permanente incerteza de não saber, e tudo o que isso implica…
As implicações ao nível das consequências dessa aceitação inconsciente não são nem têm que ser ou ter um carácter necessariamente perjurativo, desde que isso ao invés de prejudicar beneficie as pessoas que disso usufruem. Não se deve (pode?) é querer que hajam conceitos na sua plenitude, ou que na sua totalidade interpretativa não se verifiquem infinitas hipóteses alternativas de resposta.
Um raio poderá beneficiar nalguns campos em prejuízo de tantos outros e vice-versa, mas o real benefício será em função dos objectivos (?) do beneficiado, mesmo que disso ele não se aperceba ou que disso pense estar consciente.


Crónicas da Mente Esquecida, por João Castanheira
in Jornal de Albergaria, 25/09/2007

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