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Artigos principalmente sobre Psicologia Clínica de Orientação Analítica e Psicanálise.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

“Verdade razoável, dúvida aliviante.”



Torneando as dificuldades relacionais, tornando-as em hiperbólicos monstros fantasmáticos, deixando perpetuar a dúvida razoável de que ainda assim a fantasia poderá ser um objecto da realidade, encontra-se assim permanecido na busca do autêntico, que é tão duro como aqueles monstros o são de roer.
“Onirique comme un rêve, no sonho, como num sonho, terei que estar acordado, e nem acredito que já estou…” Essa sensação de (o)correr espontânea e quase livremente, como uma onírica pseudo-vigil onde de facto não é em sono, mas no sonho que se parece (re)tratar.
É da contestável razão que cada vez mais se perde na consciência (d)o emocional, que mesmo antes de ser consciente já comandaria aquelas tropas, que vêem, vêm, os ditames do actor que não sabe que o é de tão bem que representa, ainda que agora se eleve a dúvida aliviante de poder estar a representar uma realidade de morte mais tolerável que a morte dessa realidade.
Quando essa (dúvida aliviante) morrer, ficará a de verdade (razoável)…(?!)



Crónicas da Mente Esquecida, por João Castanheira
in Jornal de Albergaria, 29/06/2010