Somos todos diferentes mas nem todos somos iguais?!…
Quando uma criança é sinalizada devido a características que a diferenciam das restantes e ditas crianças normais, isso significa (ou deveria significar) exactamente isso: é uma criança diferente da maioria das crianças da mesma idade e do mesmo meio envolvente.
Para atribuir designações diagnosticas que determinem que uma criança é diferente das ditas normais, é antes do mais necessário perceber como se chegou a esse conceito pseudo-abstrato que é o conceito de normalidade.
Conceito esse que é até bastante simples de explicar, pois normalidade significa, neste contexto, o que é mais normal, sendo que o que é mais normal é o mesmo que dizer o que é mais comum. É na base do que é mais comum que se determinam quais são as características esperadas para uma determinada idade e meio envolvente, estabelecendo-se assim um padrão de expectativas consideradas como o que é normal.
Tudo o que foge de forma significativa a esse referido padrão é passível de ser diferenciado, como por exemplo no caso do âmbito da “inteligência” desde um diagnóstico de debilidade mental até a um de sobredotação.
Independentemente de todos os múltiplos e diversos fundamentos que revelam a necessidade de se diagnosticar uma criança como sendo diferente, como por exemplo a intencionalidade de intervenção terapêutica, existem implicações profundas derivadas desse diagnóstico, quer para a própria criança diferente, quer para todos os que a envolvem, que na sua grande maioria das vezes tomam contornos de difícil gestão para os demais.
Uma dessas implicações é a usual rotulagem das crianças diferentes, que têm que viver com isso desde o momento em que são sinalizadas e com uma enorme tendência para se arrastar pela vida fora. Ser diferente implica não ser igual aos “normais”, o que muitas vezes na prática significa ser marginalizado, posto de parte, gozado (etc.), ou seja diferenciado pela negativa. O ideal seria compreender que é necessário perceber as diferenças para que seja possível adequar a abordagem diferenciada a essas crianças, mas numa perspectiva de tratamento diferenciado pela positiva: tratar alguém de forma específica porque é diferente da maioria não é a mesma coisa que tratar esse alguém marginalizando-o por aquilo que o distingue.
O rótulo pode também ter consequências de outras índoles como é o caso das expectativas perante alguém que “é débil mental” ou que “é sobredotado”. O que acontece vezes demais, é enquadrar-se essas pessoas num patamar padronizado e estigmatizado (ou até mesmo cristalizado) do que se pode esperar delas. Pior, muitas vezes baseando essas expectativas em mitos erróneos e altamente desqualificantes, como por exemplo: “como é débil mental não vai conseguir fazer isso…” ou “como é sobredotado vai ter excelentes resultados académicos…”.
Só para alertar que por exemplo existem casos de debilidade mental em que os indivíduos conseguem coisas extraordinárias (como acompanhar matérias escolares dos ditos normais) e existem enumeros casos de sobredotação com índices elevados de reprovação escolar.
O que parece ser evidente é que existe uma espécie de cultura mitológica que notoriamente causa claros entraves à integração dos diferentes dos ditos normais. Veja-se por exemplo que ao longo da história da humanidade diversos casos de pessoas que hoje em dia se consideram como génios, que na altura em que viveram eram considerados no mínimo como muito desadequados.
A lei da parcimónia mental parece prevalecer (como normal) em detrimento do conhecimento de causa, e da compreensão desse próprio conhecimento…
A utopia de uma realidade incontestável… Todos diferentes, todos iguais?!
Quando uma criança é sinalizada devido a características que a diferenciam das restantes e ditas crianças normais, isso significa (ou deveria significar) exactamente isso: é uma criança diferente da maioria das crianças da mesma idade e do mesmo meio envolvente.
Para atribuir designações diagnosticas que determinem que uma criança é diferente das ditas normais, é antes do mais necessário perceber como se chegou a esse conceito pseudo-abstrato que é o conceito de normalidade.
Conceito esse que é até bastante simples de explicar, pois normalidade significa, neste contexto, o que é mais normal, sendo que o que é mais normal é o mesmo que dizer o que é mais comum. É na base do que é mais comum que se determinam quais são as características esperadas para uma determinada idade e meio envolvente, estabelecendo-se assim um padrão de expectativas consideradas como o que é normal.
Tudo o que foge de forma significativa a esse referido padrão é passível de ser diferenciado, como por exemplo no caso do âmbito da “inteligência” desde um diagnóstico de debilidade mental até a um de sobredotação.
Independentemente de todos os múltiplos e diversos fundamentos que revelam a necessidade de se diagnosticar uma criança como sendo diferente, como por exemplo a intencionalidade de intervenção terapêutica, existem implicações profundas derivadas desse diagnóstico, quer para a própria criança diferente, quer para todos os que a envolvem, que na sua grande maioria das vezes tomam contornos de difícil gestão para os demais.
Uma dessas implicações é a usual rotulagem das crianças diferentes, que têm que viver com isso desde o momento em que são sinalizadas e com uma enorme tendência para se arrastar pela vida fora. Ser diferente implica não ser igual aos “normais”, o que muitas vezes na prática significa ser marginalizado, posto de parte, gozado (etc.), ou seja diferenciado pela negativa. O ideal seria compreender que é necessário perceber as diferenças para que seja possível adequar a abordagem diferenciada a essas crianças, mas numa perspectiva de tratamento diferenciado pela positiva: tratar alguém de forma específica porque é diferente da maioria não é a mesma coisa que tratar esse alguém marginalizando-o por aquilo que o distingue.
O rótulo pode também ter consequências de outras índoles como é o caso das expectativas perante alguém que “é débil mental” ou que “é sobredotado”. O que acontece vezes demais, é enquadrar-se essas pessoas num patamar padronizado e estigmatizado (ou até mesmo cristalizado) do que se pode esperar delas. Pior, muitas vezes baseando essas expectativas em mitos erróneos e altamente desqualificantes, como por exemplo: “como é débil mental não vai conseguir fazer isso…” ou “como é sobredotado vai ter excelentes resultados académicos…”.
Só para alertar que por exemplo existem casos de debilidade mental em que os indivíduos conseguem coisas extraordinárias (como acompanhar matérias escolares dos ditos normais) e existem enumeros casos de sobredotação com índices elevados de reprovação escolar.
O que parece ser evidente é que existe uma espécie de cultura mitológica que notoriamente causa claros entraves à integração dos diferentes dos ditos normais. Veja-se por exemplo que ao longo da história da humanidade diversos casos de pessoas que hoje em dia se consideram como génios, que na altura em que viveram eram considerados no mínimo como muito desadequados.
A lei da parcimónia mental parece prevalecer (como normal) em detrimento do conhecimento de causa, e da compreensão desse próprio conhecimento…
A utopia de uma realidade incontestável… Todos diferentes, todos iguais?!
Crónicas da Mente Esquecida, por João Castanheira
in Jornal de Albergaria, 24/05/2006
in Jornal de Albergaria, 24/05/2006
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