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sábado, 3 de maio de 2008

“Na linha do umbigo…”



Não parece assim tão claro que a possibilidade legível da linha divisória entre essa saúde (normalidade?) e essa doença (patologia?) seja assim tão pouco ténue e tão pouco ambivalente quanto tantas vezes a querem fazer parecer. No decurso de um qualquer dia-a-dia profissional, extasiado por um nível de experiência real mas ilusória, alguém se dá ao luxo de se basear e de se reduzir ao seu mais natural sentido pragmático no exercício do seu ofício. O discernimento de alter encorpado por toda a conjuntura da visão perceptiva, do que ela foi, do que ela é, do que ela se deseja tornar, sendo ainda essa nas três condições proferidas apenas uma mesma integral que apenas funciona mediante um elemento temporal imediato, pseudo-espontâneo e imediatamente passageiro. Onde reside afinal a dinâmica da prioridade hierárquica da importância? “Narciso…” (?)

Com siso ou sorriso, com mais ou menos “Narciso”, a linha é sempre a mesma (?), daquele gigante maciço, o umbigo da espécie humana, aquele animal mamífero, a designada e auto proclamada “humanidade”, a regra implícita do “bem” comum, esse prol de si próprio(s) que a todos (co)move em massas repartidas e unitárias, entre auto-focalizações universais e auto-guiões idiossincráticos, juntos descobrimos que “a razão” não é razão em si mesma, que não é esse o sentido propulsor desta nossa pequena imensidão, se o sentido só sentindo se encontra… (?)

Para muitos estas letras poderão representar um enorme conjunto de portas fechadas, para tantos outros exactamente as mesmas portas abertas… Para outros ainda, as mesmas portas não passam de passagens sem esse obstáculo limitativo que abre e fecha… Para mim, todos têm razão no mesmo tempo, no mesmo contexto e com os mesmos objectos… Mas eu, não quero ter razão, mas reparem que “desejo” que encontrem a vossa… “Narciso…” (?) Porque haverão de existir portas sequer? Ou sequer razão?

Custa assim tanto admitir que “ela” na realidade não existe, existindo apenas um “sentimento de razão”? Será assim tão difícil perceber que por muito raciocínio que tenhamos não somos verdadeiramente racionais? Será que ainda não percebemos que “a razão” que podemos ter todos ao mesmo tempo sobre as mesmas coisas não se chama “razão” mas sim “emoção (ir)racional”? “Narciso…” (?)

“Serei eu movido pelas razões ou por razões emocionais?”

“Narciso…” (?)

“Pelas duas’? Por nenhuma?”

“Narciso…” (?)



Crónicas da Mente Esquecida, por João Castanheira
in Jornal de Albergaria, 29/04/2008

2 comentários:

juliana disse...

eu sou movida por razões emocionais...

Anónimo disse...
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