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quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

“Preciso de ajuda...”

O processo de autodeterminação da necessidade inultrapassável, incontornável e inadiável do pedido de ajuda psicológica é muitas vezes um processo tão ou mais complexo que o próprio processo terapêutico daí decorrente. É de realçar que não sendo fundamental recorrer à ajuda psicológica profissional nalguns casos, esta se demonstra preciosa na resolução das problemáticas existentes nesses casos de aparente não necessidade de ajuda, e, existem casos em que não existe problema algum e que as pessoas recorrem à ajuda no sentido de melhorar a sua vida e/ou de progredirem sobre si mesmas, para si próprias.
Para muitas pessoas chegar à conclusão que se tem um problema não é tarefa fácil, e quando esse problema é um problema que não se resolve por si, que não passa com o tempo (muito pelo contrário tem tendência ao agravamento), que sozinhos não o solucionam, que as pessoas que os rodeiam também elas não podem ou não conseguem ajudar, é, variadas vezes um problema com um peso tão importante quanto o problema em si, e, com uma dificuldade de reconhecimento acrescida (pela gravidade do problema). Pode até parecer algo paradoxal, mas a gravidade do problema afecta (em grau que depende da especificidade do problema e da sua interpretação) a capacidade de discernimento sobre o próprio problema.
Mesmo quando a dificuldade não passa pelo reconhecimento da problemática existente, a questão do passo inicial (pedir ajuda psicológica profissional) está muitas vezes inibida por um conjunto diverso de factores, tais como a auto e hetero imagem social e tudo o que lhe está implicado implícita e explicitamente, a questão financeira da linha profissional privada, a cada vez mais extensa lista de espera dos serviços públicos de psicologia e psiquiatria e entre muitos outros.
Um principal de entre os muitos outros não referidos acima, é o facto de que certas patologias cuja sintomatologia contém uma distorção acentuada da realidade não permitirem ao indivíduo ter a capacidade de formular processos de forma assertiva e eficaz que lhes permitam tomar as decisões mais adequadas perante as situações que vão ocorrendo. Assim, a sua dificuldade decorrente do problema pode agravar o próprio problema inicial de diversas formas, uma delas é a de não ter a capacidade para perceber por si (ou mesmo pela motivação de outros) que precisam de ajuda ou que para a obterem têm que tomar essa decisão no sentido de a concretizarem em acção. Recorrem muitas vezes a discursos tipificados (e/ou discursos internos de dissuasão da acção comprometedora) como por exemplo que não vale a pena, que ninguém os consegue ajudar, que não existe ajuda possível, ou ainda, que são capazes de resolver tudo sozinhos, que é melhor deixar andar (do que ser exposto ao sofrimento de base da problemática quando confrontados com a problemática em si...), que passará com o tempo, que tudo se resolverá com uma fórmula mágica (como por exemplo com exclusiva terapia farmacológica)...
É ainda necessário focar que a responsabilidade do pedido de ajuda passa não só pelo próprio indivíduo em questão, mas também pelos elementos (pessoas) circundantes a esse indivíduo, que têm uma importância relativa e muitas vezes determinante quer para essa decisão do pedido de ajuda, quer para a existência e resolução da problemática. Deve então ser tida em conta a co-responsabilidade das pessoas que fazem parte da vida do indivíduo que precisa de ajuda. Obviamente que a maior responsabilidade do pedido será conveniente que seja do indivíduo em questão, já que por exemplo o terapeuta dificilmente conseguirá ajudar alguém que coloca oposições severas a ser ajudado.
A questão que se coloca é: “Preciso de ajuda psicológica profissional?”. Apesar da simplicidade aparente da pergunta, quando a fazemos a nós próprios a complexidade aumenta. Pior será impedirmo-nos de ter a autoliberdade de a fazermos quando ela se torna adequada (“Então e quando é que ela se torna adequada?”). No mínimo será imprescindível perceber que até fazermos a primeira questão, outras perguntas vieram antes dessa, e, que se nos questionamos, normalmente procuramos respostas. Deverá ser essencial não apenas questionar, não apenas responder, mas também tornar em acção aquilo que muitas vezes fica apenas em palavras ou no pensamento.
Crónicas da Mente Esquecida, por João Castanheira
in Jornal de Albergaria, 07/06/2005

10 comentários:

Anónimo disse...

Gostaria de postar algo sobre minha pessoa, posso?

João Castanheira disse...

Olá Roberto!

Da minha parte, pode postar sobre si.


Tudo de bom,
João Castanheira.

Anónimo disse...

estou me sentindo muito mal com auto estima baixo e triste comigo mesma

Anónimo disse...

me sinto infeliz hoje, com auto estima baixo e penso que ninguem gosta de mim e que as pessoas em si são falsas só pensan nelas

Anónimo disse...

hoje em dia com um sistema tao egoista e competitivo e com tanto desemprego ,guerras e fome como e possoivel alguem ser feliz eu penso e impossivel....

Anónimo disse...

Como pode alguém como eu, com 45 anos se submeter a aguentar um padrões insanos e mal educados, que envia email ofensivos e irônicos. Fico pensando será que nossa paz é tão cara assim? Por que tentamos exuastivamente fazer o dia da gente melhor possível, sem ao menos pensar que poderíamos ficar livres de tanta luta contra os seres de mal com a vida?... Será que a insegurança de não arrumar outro emprego? A covardia de não enfrentar e fazer se dá respeito?... Desabafo ..." Tem momentos que a vontade é largar tudo e todos, pois acredito que aquele lá de cima deixou muitas coisas boas, e precisamos de pelo menos 60% de nossos momentos com felicidade".... Eis a questão, falta de coragem e amor próprio....
Agradeço...

Petrolina_PE disse...

amorada por esse motivo de 3 anos pra ca so tem acontecido coisas não muito boas em minha vida e chegou a um ponto onde vivo angustiado, não durmo direito, vivo nervoso, e estou com uma ideia fixa de me matar estou morrendo de medo de tudo que esta acontecendo perdi a mulher que amo porque ela esta com medo de mim e eu não sei mais o que fazer pra tentar passar por cima desses problemas por favor o que eu posso fazer pra tentar ser feliz, deixar de ser tão amargurado, rancoroso e vingativo eu mesmo não estou me aguentando mais estou ao ponto de tirar minha vida ja tomei remdeios para dormir pra, pensei em me jogar da ponte, estou sozinho e isso esta me deixando completamente sem rumo

João Castanheira disse...

Petrolina_PE,
sugiro que procure ajuda profissional o mais rápido possível.

Se precisar de ajuda nessa matéria envie email.

Cumpr.
João Castanheira.

Anónimo disse...

Eu estou com umproblema sentimental, sou um adolescente, tenho apenas 14 anos, estou apaixonado, o problema é essa paixão, pelo meu melhor amigo, me sinto muito mal as vezes, isso me fez cair em bebidas muito fortes, muitas pessoas que falo por uma sala de bate-papo, dizem para eu falar com um profissional por que isso é muito serio então estou aqui pedidndo sua ajudo, e seus conselhos.

João Castanheira disse...

Caro anónimo,
sugiro que procure ajuda profissional o mais rápido possível.

Se precisar de ajuda nessa matéria envie email.

Cumpr.
João Castanheira.